As plantas foram às primeiras formas de vida na Mãe Terra, elas têm uma relação muito forte com o Sol e a Lua. Delas obtêm-se os medicamentos, quer sejam alopáticos ou homeopáticos. Porém algumas delas são chamadas de Plantas Mestras e levam a mente de quem às utilizam a regiões "espirituais", alterando nossa consciência profundamente. Não é a toa que essas plantas recebem o nome de Enteógenos que quer dizer "substâncias reveladoras de Deus”. O uso dessas plantas faz parte da experiência xamânica a milhões de anos.

No Universo Xamânico, aprendemos que tudo tem o seu lado de luz e sombra, basta termos conhecimentos em que dimensão pretendemos trabalhar. Na luz, as Plantas Mestras são consumidas em rituais, no qual temos que nos abster da carne, do sexo e de outros tabus, de preferência deveríamos jejuar por três dias antes de realizar um ritual com uma Planta, e no qual um xamã guia os presentes no ritual. As Plantas Mestras aumentam a percepção, a acuidade visual e auditiva, e nos levam para outras camadas vibracionais ou dimensões.

Os xamãs sempre utilizaram as Plantas Mestras para se sentirem mais amplos, mais conscientes, indo em busca de visões, mas nunca para fugirem da realidade, mas sim indo além dela, procurando ampliar sua visão.
Ser xamã é ser livre para voar em direção a liberdade utilizando ou não as Plantas Mestras. Xamãs viajam com ajuda de aliados que podem ser os vegetais ou animais, mas também viajam ao som do toque do tambor ou chocalho ou simplesmente no próprio silêncio do Universo.

Segue relação de algumas plantas mestres:

1 - CHACRONA (Psichotria viridis) e JAGUBE (Banisteria caapi)

A Chacrona e o Jagube estão no topo da classificação, em empate. Sua substância ativa é o DMT (N-dimetiltriptamin a). São as plantas mestras professoras mais poderosas do xamanismo, da preparação de ambas nasce a Bebida Sagrada conhecida como Ayahuasca ou "Vinho das Almas". Plantas originárias da América do Sul, encontradas em toda a região amazônica. Utilizada para busca de auto-conhecimento e cura por pajés, xamãs e curandeiros.

2 - PEYOTE (Lophophora williamsii)

O peyote é um cacto originário da América Central e é muito utilizado pelas tribos indígenas do México e dos Estados Unidos. A substância ativa encontrada é a mescalina. Esta planta é utilizada em rituais de cura e nos remete a experiências visionárias, é utilizada pela Igreja Nativa Americana em seus cultos sagrados.

3 - WACHUMA (Trichocereus Pachanoi)

O Wachuma ou San Pedro é um cacto originário da região dos Andes, Chile, Bolívia, Perú, Equador e Colômbia. Sua substância ativa é a mescalina. Planta utilizada para cura e experiências visionárias e adivinhatórias, onde o xamã é levado a ter a visão da cura do enfermo, o espírito da planta entra em contato com o xamã ensinando-o a expulsar a enfermidade.

4 - IBOGA (Tabernanthe iboga)

A Bebida Sagrada mais usada na África chama-se Bwitists, que é uma preparação da raíz do Iboga, planta mestra muito utilizada pelos pigmeus, tribo indígena africana. Sua substância ativa é o alcalóide ibogaína. Muito utilizado pelos xamãs africanos em sessões de cura. O Iboga estimula o sistema nervoso central e induz a experiências visionárias e a transes profundos.

5 - DATURA (Datura wrightii e Datura stramonium)

Existem diversos tipos de Datura, porém, as únicas que são realmente plantas mestras professoras são a Datura wrightii e a Datura stramonium. Planta originária do México e Estados Unidos, porém, a Datura stramonium é encontrada no Brasil. Sua subtância ativa é a scopolamina. É uma das plantas mestras mais perigosas, deve apenas ser ministradas por xamãs muito experiêntes. Experiências recreativas podem ser fatais.

6 - JUREMA (Mimosa hostilis)

A Jurema, também conhecida como Jurema-preta, também é nome de uma Bebida Sagrada feita com a raiz da árvore do mesmo nome (Mimosa hostilis). Os pajés, sacerdotes tupis, também fazem outra Bebida Sagrada da jurema-branca (Mimosa verrucosa), para estimular sonhos afrodisíacos. É um tipo de Bebida Sagrada servida em reuniões especiais. Das raízes e raspas dos galhos, os feiticeiros e pajés, babalorixás, os mestres do catimbó, os pais-de-terreiro do candomblé de caboclo fazem uso abundante. Sua substância ativa é o DMT (N-dimetiltriptamin a). É utiliza tradicionalmente para fins medicinais e religiosos. Sua casca é usada para fins medicinais e a casca de sua raiz é a parte da planta usada nas cerimônias religiosas, pois possui maior parte dos alcalóides psicoativos.

7 - SOMA (Amanita muscaria)

O nome SOMA provém dos Vedas, escrituras sagradas da Índia, que nos relata que esta seria a Bebida Sagrada mais antiga da humanidade. SOMA é a Bebida Sagrada preparada com o cogumelo Amanita muscaria. Sacramentado até os dias de hoje na Índia, Sibéria e Austrália, por tribos aborígenes. A substância ativa do SOMA é o alcalóide ephedrina, que nos remete a transes extâticos profundos, conhecido como samadi em sânskrito.

8 - LÓTUS AZUL (Nymphaea caerulea)

Esta planta mestra é originária no Egito antigo, assim como também é encontrada na América do Sul. A Bebida Sagrada é feita através das flores da planta. Suas substâncias ativas são os alcalóides nuciferina e apomorphina, que nos enduz a experiências visionárias. Desta planta também são realizados diversos preparos afrodisíacos.

9 - SÁLVIA (Salvia Divinorum)

Existem diversas espécies de Sálvia, porém, a única considerada como planta mestra professora é a Salvia Divinorum. Também conhecida como Maria Pastora pelas tribos indígenas mexicanas e Diviner's Sage pela tribos americanas. Sua substância ativa chama-se Salvinorin A. Planta que nos remete a experiências visionárias.

10 - PARICÁ ou YOPO (Anadenanthera peregrina)

Paricá é o extrato moído, rapé, do caule ou das sementes da árvore conhecida no Brasil como Angico. Planta originária da América do Sul, encontrada especialmente no Brasil. Sua substância ativa é o DMT (N-dimetiltriptamin a). Muita utilizado pelas tribos indígenas em rituais de cura e em experiências adivinhatórias, onde o xamã ou pajé, é levado a ter a visão da cura do enfermo. Durante o ritual o xamã inala junto com o enfermo uma quantidade do rapé de paricá para entrarem no estado alterado de consciência, estado este que proporciona as experiências de cura.

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